A noite caiu , negra, sombria, fria... lá no alto sua majestade a lua resplandecia iluminando todo meu ser, todas as minhas vontades , meus desejos que se contradizem.
O guarda noturno apitou lá longe um som agudo , fazendo os cachorros ladrarem em rede , agitando a noite tão tranquila.
Adoro o silêncio, a lua, o frio, a noite. Todo esse clima me dá vontade de escrever , rascunhar algumas palavras soltas.
Meus pensamentos borbulham, querendo pular para fora nas mal traçadas linhas que a caneta escorregando, tenta encontrar as palavras perfeitas para descrever o que me vai na alma.
Uma certa tranquilidade na mente, mas o coração sempre inquieto, desejando, pulsando.
Essa vida insegura de todos os dias, de todas horas que nos arrebata do chão gritando, mais e mais , nos fazendo perder um certo controle, que pensamos que temos.
Viver é essa insegurança. Se você se sente seguro é porque não vive.
Não temos controle.
Me dá certo pavor pensar nisso tudo, mas contraditorio ou não me sinto viva, humana.
Penso na fragilidade do ser humano, mas também na sua força de sair de situações inexplicáveis aos olhos humanos.
Tropeçamos, caimos, nos erguemos, entramos em depressão, choramos, gritamos por causa dessa dor dilacerante que nos atinge sem que queiramos.
Mas mesmo assim lá dentro temos sempre a esperança de que cada dia é um dia e que dias melhores sempre virão.
E como se fosse mágica renascemos, voltamos a acreditar, continuamos a lutar , a deseja de novo e de novo.
Tudo tem seu tempo e temos que respeitar .
Acredito que essa é a maravilha da vida esse desejo que não cessa enquanto estivermos vivos.
Fé na vida, nós podemos muito e nós podemos mais...
Escrevi isso pensando em duas pessoas e elas sabem por que
Aline Pires
e
Daniel Mattos
